Defesa Civil simula deslizamento de barreira, em Camaragibe, com pessoas soterradas
Diversas forças de resposta à população fizeram parte dos trabalhos
O local escolhido estrategicamente foi o Campo do Grêmio, no bairro dos Estados, em Camaragibe.
As enxurradas contribuíram para que a ocorrência fictícia parecesse mais próxima do real, a fim de avaliar a eficácia das equipes de resposta, a execução do plano de contingência, o funcionamento do sistema de alerta e a evacuação de comunidades em áreas de risco.
Histórico de tragédias
Nas fortes chuvas de maio de 2022, pelo menos sete pessoas morreram em Camaragibe, em decorrência de deslizamentos de barreiras.
Envolvidos
Foram mais de 120 pessoas engajadas na ação que também envolveu a Defesa Civil do município, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), Corpo de Bombeiros, Neoenergia, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Grupamento Tático Aéreo (GTA).
Leia também
• Maré no Recife atinge pico no final da manhã desta quarta-feira (21); veja tábua
• Chuvas: rio transborda em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, informa a Apac
• Chuvas: Recife registra pontos de alagamento na manhã desta quarta (21); veja onde
Pessoas convocadas pela Defesa Civil estadual fizeram o papel das vítimas. Quatro delas ficaram semi-soterradas com ferimentos nos braços e rosto. Uma outra ficou soterrada e ficou ferida no joelho esquerdo, além de mãos, braços, pescoço e rosto.
Esta foi resgatada pelo helicóptero do GTA, modelo PS-PBP. Aquelas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros e levadas pelo Samu para unidades de saúde.
Segundo o coronel Clóvis Ramalho, secretário executivo de Proteção e Defesa Civil de Pernambuco, esta é uma das fases da ‘Operação Inverno’, do governo estadual, e também mobiliza agentes municipais.
“É um exercício de resposta a um deslizamento de barreira. É colocado em prática o plano de contingência do município e a comunidade é envolvida no exercício. Há uma retirada de cerca de 60 pessoas dessa área de risco e a chegada das equipes, com resgate de vítimas e remoção para os hospitais”, explicou.
O secretário de Defesa Civil de Camaragibe, coronel Luciano Fonseca, explicou à reportagem que o município vem fazendo o trabalho preventivo desde o início do ano.
“Nós fizemos algumas ações nas comunidades, como colocação de lonas, criamos os núcleos de Proteção e Defesa Civil nessas comunidades, abrangendo todas as áreas da cidade. Estamos aqui preparados para fazer o exercício simulado, que é, justamente, para testar todas as estruturas da Prefeitura de Camaragibe para atuar diante de um cenário de desastre”, declarou.
O assistente financeiro Matheus Ferreira, de 28 anos, é morador do local e foi um dos personagens que ficaram semi-soterrados. Para ele, os momentos que ficou no meio do barro e da lama não foram fáceis. Ele viveu na pele a experiência aproximada de quem a por esses momentos de desespero.
“Faz muito frio. Eu estava me tremendo. A chuva contribuiu para isso. Então, a agilidade das equipes de salvamento é extremamente importante. Acho que nessas horas o nosso pior inimigo é a mente, porque o pensamento fica ansioso. A pessoa não sabe se vai ser salva, se não vai e isso atrapalha muito”, contou ele.
Sala de situação
Ao mesmo tempo que a simulação era feita, no Centro Integrado de Comando e Controle do Estado, foi instalada a Sala de Situação para monitorar dez cenários de desastres em todo o território pernambucano. Com isso, os órgãos de segurança simularam o que fariam em cada situação apresentada.