Em seu último ato antes de deixar governo dos EUA, Elon Musk critica plano de gastos de Donald Trump
Saída do assessor do presidente era prevista há algum tempo, e assessores da Casa Branca acreditam que ele continuará presente em Washington
Braço direito do presidente americano, Donald Trump, e responsável por cortar gastos públicos na esfera federal, o bilionário Elon Musk confirmou nesta quarta-feira que está deixando o governo dos EUA, decisão anunciada após críticas feitas a um projeto de gastos do republicano apelidado de “uma grande e bonita lei”. Contudo, sua saída já estava prevista para acontecer nos próximos dias, por causa das regras da istração federal no país.
“Com o fim do meu período como Funcionário Especial do Governo, gostaria de agradecer ao presidente Donald Trump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários”, escreveu Musk no X, afirmando que a missão de seu agora ex-departamento, conhecido pela sigla DOGE (Departamento de Eficiência do Governo), “só se fortalecerá com o tempo, à medida que se tornar um modo de vida em todo o governo”.
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Musk se aproximou de Trump ainda na campanha, e após a chegada do republicano à Casa Branca ganhou poderes amplos para cortar gastos considerados desnecessários pela nova istração: um dos casos mais emblemáticos foi o desmantelamento da Usaid, a agência do governo americano responsável pela ajuda externa.
Contudo, os resultados ficaram aquém do esperado. Dos US$ 1 trilhão que ele disse esperar cortar do orçamento federal, a redução foi de US$ 175 bilhões até meados de maio. Ao mesmo tempo, manteve batalhas internas e judiciais para obter o a informações sensíveis de cidadãos americanos, como os sistemas do IRS, a Receita Federal americana, e da Seguridade Social.
Mas o impacto de suas ligações com o meio político pareciam ganhar um corpo que ele não esperava, em especial sobre seus negócios: as vendas de sua empresa de veículos elétricos, a Tesla, despencaram, especialmente na Europa. E o próprio Trump reconhecia a pessoas próximas que o período de Musk na Casa Branca estava perto do fim, como revelou no mês ado o portal Politico.
Musk era um “empregado especial do governo”, uma posição temporária cuja duração não pode exceder 130 dias — no caso do bilionário, o prazo para o fim de seu trabalho estava previsto entre o fim do mês e o começo de junho. Segundo os registros oficiais, ele não recebia salário do erário oficial.
Além das questões envolvendo seus negócios, o bilionário entrou em uma rota de choque recente com Trump e seus aliados no Congresso tendo como pano de fundo o plano de gastos da Casa Branca, chamado pelo presidente de “uma grande e bonita lei”. O projeto, aprovado na Câmara e em discussão no Senado, inclui uma série de cortes de impostos e aumentos de gastos em temas como a imigração.
— Acho que um projeto de lei pode ser grande ou bonito — disse Musk à CBS, na terça-feira à noite. — Mas não sei se pode ser ambos.
No dia seguinte, Trump disse a repórteres na Casa Branca que o projeto poderia sofrer alterações.
— Não estou satisfeito com certos aspectos, mas estou entusiasmado com outros. Vamos ver o que acontece. Ainda há um longo caminho a percorrer — afirmou.
Ouvidos pelo portal Politico em abril, integrantes do governo Trump ainda acreditam que Musk possa manter uma função informal de conselheiro do presidente, e que continuará presente na Casa Branca.