Epidemia de cólera mata 70 pessoas na capital do Sudão
Devido a guerra que já dura dois anos no território, as infraestruturas do país estão em ruínas e 90% dos hospitais em zonas de conflito estão fechados
Uma epidemia de cólera matou 70 pessoas em dois dias na capital do Sudão, anunciou nesta quinta-feira (29) o Ministério da Saúde, no momento em que Cartum enfrenta um colapso dos serviços médicos após dois anos de guerra.
O ministério registrou 942 novas infecções e 25 mortes na quarta-feira, após 1.177 novos casos e 45 mortes na terça-feira, segundo um comunicado.
A epidemia foi declarada após semanas de bombardeios com drones - atribuídos aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido que estão em guerra com o Exército sudanês há mais de dois anos -, que provocaram o colapso do serviço de abastecimento de água e de energia elétrica na capital.
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O conflito causou dezenas de milhares de mortes, deslocou 13 milhões de pessoas e provocou o que a ONU descreveu como "a pior crise humanitária" no mundo atualmente.
As infraestruturas do país estão em ruínas e 90% dos hospitais em zonas de conflito estão fechados.
Na terça-feira, o Ministério da Saúde sudanês anunciou uma intensificação da epidemia, com 2.729 casos e 172 mortes registradas em uma semana. O estado de Cartum concentra 90% das novas infecções.
As autoridades sudanesas consideram que 89% dos pacientes, que foram isolados, estão em processo de recuperação, mas expressaram preocupação com a falta de o à água potável, o que favorece a epidemia.