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Equador

Equador oferece recompensa de quase R$ 6 milhões por narcotraficante foragido

Líder da facção Los Choneros, Adolfo Macías, conhecido como Fito, fugiu de uma prisão em Guayaquil em janeiro do ano ado

O governo do Equador ofereceu uma recompensa de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,8 milhões) por informações que levem à captura de Adolfo Macías, conhecido como Fito, líder da facção Los Choneros.

O criminoso fugiu de uma prisão em Guayaquil, no sudoeste do país, em janeiro do ano ado.

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A fuga de Fito provocou rebeliões em presídios, ataques contra a imprensa, explosões de bombas automáticas e a retenção de aproximadamente 200 agentes penitenciários. Diante disso, o presidente Daniel Noboa declarou o país em conflito armado interno e permitiu o uso das Forças Armadas nas ruas para combater o crime.

A medida, no entanto, foi criticada por organizações de direitos humanos, que denunciaram desaparecimentos forçados.

Nas redes sociais, o Ministério da Defesa do Equador divulgou uma foto de Fito, que aparece com cabelos longos e barba espessa. O texto diz: “Um milhão de dólares se você tiver alguma informação útil. O Governo Nacional reafirma sua luta contra as máfias e está focado em construir segurança para os equatorianos, não negociá-la”.

Fito cumpria uma pena de 34 anos de prisão por crimes como posse de armas, tráfico de drogas, organização criminosa e assassinato. Mesmo dentro da prisão, ele continuava comandando a gangue e desfrutava de privilégios.

Fotos que circulavam nas redes sociais mostravam festas organizadas dentro do presídio.

Los Choneros
A facção Los Choneros, liderada por Fito, é considerada uma das 22 organizações criminosas ligadas ao narcotráfico internacional.

O presidente Noboa classificou essas facções como “terroristas”. No ano ado, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs sanções econômicas contra Los Choneros e afirmou que o grupo “está envolvido no narcotráfico no Equador desde os anos 1990 e é um fator-chave na escalada de violência que assola o país desde 2020”.

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A violência associada ao narcotráfico elevou a taxa de homicídios no Equador.

Em 2018, o país registrava 6 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2023, esse número saltou para 47 por 100 mil habitantes, e 2024 apresentou um índice de 38 assassinatos por 100 mil habitantes.

Além da violência interna, o Equador também é um ponto estratégico para o tráfico de drogas. De acordo com um relatório do Ministério do Interior e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o país é rota de 73% da cocaína produzida no mundo.

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