EUA pede a seus cidadãos que deixem a Venezuela e evitem viajar ao país
Segundo comunicado, "os cidadãos americanos na Venezuela enfrentam um risco significativo e crescente de detenção injusta"
Os Estados Unidos emitiram, nesta terça-feira (27), um alerta para pedir aos seus cidadãos que não viajem à Venezuela "por nenhum motivo" e "abandonar imediatamente" o país se estiverem nele, informou o Departamento de Estado.
Em 2018, o Tribunal Penal Internacional (TPI) abriu um processo de investigação por supostos crimes contra a humanidade no país sul-americano.
A situação piorou após a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro em 2024. A oposição alega que o seu candidato, o exilado Edmundo González Urrutia, venceu essas eleições.
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Os americanos na Venezuela “enfrentam um risco significativo e crescente de detenção injusta”, afirma o Departamento de Estado em um comunicado. “Não viaje à Venezuela por nenhum motivo”, insiste.
Atualmente, mais cidadãos americanos estão detidos injustamente na Venezuela do que em qualquer outro país, segundo o governo do presidente Donald Trump.
Washington atribui ao país o mais alto nível de alerta de viagem, o 4, que desaconselha viajar, “devido a graves riscos, como detenção injusta, tortura durante a detenção, terrorismo, sequestro, práticas policiais injustas, crimes violentos, distúrbios civis e cuidados médicos inadequados”, acrescenta a nota.
As embaixadas americanas nos países de fronteira e com conexões aéreas diretas para a Venezuela emitiram alertas de segurança sobre esses riscos.
As forças de segurança venezuelanas prenderam americanos por até cinco anos “sem respeitar o processo devido, em condições duras, incluindo tortura, muitas vezes baseando-se unicamente na sua nacionalidade ou aporte americano”, diz o Departamento de Estado.
O governo de Trump, sem embaixada ou consulado na Venezuela, afirma que Caracas não informa sobre as detenções.
“Aos detidos é frequentemente negado o o a familiares e assistência legal” e os Estados Unidos “não podem fornecer assistência consular”, avisa.
Uma nota acrescenta ainda que os americanos que visitam familiares correm o mesmo perigo, assim como seus entes queridos. A dupla cidadania, um visto venezuelano, ter viajado anteriormente ao país ou ter um emprego na Venezuela não protege os viajantes americanos.
Washington recomenda a todos os americanos na Venezuela que "abandonem o país imediatamente", tanto que tenham nacionalidade americana quanto uma autorização de residência nos Estados Unidos.