EUA sanciona comércio de petróleo iraniano apesar de negociação por acordo nuclear
Entre as sanções anunciadas se destaca uma contra o Grupo Químico Hebei Xinhai, acusado de refinar ilegalmente petróleo iraniano
Os Estados Unidos determinaram, nesta quinta-feira (8), uma nova série de sanções como parte de sua estratégia de pressão contra o Irã por seu programa nuclear, desta vez dirigidas contra uma refinaria chinesa de petróleo iraniano, apesar das negociações em andamento para alcançar um acordo sobre o assunto.
"Os Estados Unidos mantêm sua determinação de intensificar a pressão sobre todos os elementos da cadeia de fornecimento de petróleo do Irã para impedir que o regime gere receitas para avançar em sua agenda desestabilizadora", declarou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em um comunicado.
Entre as sanções anunciadas se destaca uma contra o Grupo Químico Hebei Xinhai, acusado de refinar ilegalmente petróleo iraniano na província setentrional de Hebei.
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Também foram sancionados três operadores de terminais portuários na província de Shandong (leste da China) "por seu papel na compra ou entrega de petróleo iraniano no valor acumulado de vários centenas de milhões de dólares".
Além disso, estão na lista empresas, embarcações e capitães de navios "envolvidos no transporte de petróleo iraniano para a China, dentro da 'frota fantasma' do Irã, afirmou o Departamento de Estado em um comunicado separado.
Washington acusa mais uma vez Teerã de usar esse dinheiro para financiar grupos qualificados como "terroristas".
O Departamento de Estado disse que esta é a terceira medida dos Estados Unidos contra uma refinaria de pequena escala na China desde o início de fevereiro, quando o presidente Donald Trump emitiu um decreto para aumentar a pressão sobre a república islâmica.
No entanto, Trump também declarou que tem esperança de alcançar um acordo sobre o programa nuclear do Irã.
Americanos e iranianos, inimigos há quatro décadas, iniciaram em 12 de abril conversas sobre este tema espinhoso sob a mediação de Omã.
Estas discussões visam concluir um novo acordo que impeça Teerã de se dotar de armas nucleares, uma ambição que o Irã sempre negou ter, em troca da eliminação das sanções que paralisam sua economia.
Tanto o Irã quanto o enviado de Trump, Steve Witkoff, qualificaram as conversas iniciais como positivas.
No primeiro mandato de Trump (2017-2021), os Estados Unidos se retiraram de um acordo nuclear anterior com o Irã e impam amplas sanções, inclusive a outros países, entre os quais a China é o mais significativo, para que parem de comprar petróleo iraniano.