França julga renomado autor de quadrinhos acusado de pornografia infantil
Duas das obras de Bastien Vivès que estão no centro da denúncia, mostram abertamente relações sexuais entre menores e adultos
Bastien Vivès, um conhecido autor francês de histórias em quadrinhos, comparece a um tribunal nesta terça-feira (27) sob a acusação de divulgar imagens de pornografia infantil em algumas de suas obras.
Várias associações de proteção à criança o denunciaram e o Festival de Angoulême, o principal festival de quadrinhos da França, cancelou uma exposição do autor.
O cartunista de 41 anos agora pode pegar até cinco anos de prisão e uma multa de 75.000 euros (85,1 mil dólares ou 481,9 mil reais na cotação atual) por fazer e divulgar imagens de pornografia infantil.
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Duas de suas obras estão no centro da denúncia: 'La Décharge mentale' e 'Petit Paul' (2018), que mostram abertamente relações sexuais entre menores e adultos.
A associação Fundação para a Infância denunciou que as "representações de menores em situações sexualmente explícitas" têm "um caráter pornográfico".
"Nunca houve qualquer incitação ou apologia à pedofilia por parte de Bastien Vivès em seus trabalhos", disse Richard Malka, advogado do cartunista, à AFP.
"Um autor de romance policial não é responsável pelo assassinato de seus personagens", insistiu Malka.
As editoras Les Requins Marteaux e Glénat, que publicaram os dois álbuns, estão sendo processadas por divulgar a imagem de um menor de idade de forma pornográfica.
Esta última, editora do 'Petit Paul', garantiu à AFP que defenderá a liberdade de expressão no julgamento realizado até quarta-feira no tribunal de Nanterre, perto de Paris.