Fundaj instala bancos vermelhos no Muhne como símbolo de combate ao feminicídio
A ação busca sensibilizar a sociedade para questões de violência de gênero
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em parceria com o Instituto Banco Vermelho (IBV), irá inaugurar nesta sexta-feira (11), às 14h, dois bancos vermelhos nos jardins do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), localizado no campus Gilberto Freyre, em Casa Forte, na Zona Norte do Recife.
A ação, voltada à sensibilização da sociedade para a violência de gênero, integra o movimento nacional contra o feminicídio e busca provocar reflexão entre os frequentadores dos espaços culturais.
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Os bancos, feitos em madeira e pintados com a cor característica da campanha, estarão adesivados com mensagens de enfrentamento ao feminicídio.
A iniciativa dialoga com a exposição em cartaz no Muhne, “Elas: onde estão as mulheres nos acervos da Fundaj?”, inaugurada no mesmo período da sanção da Lei nº 14.942/2024, que inclui os bancos vermelhos nas ações do Agosto Lilás — campanha do governo federal para o combate à violência contra a mulher.
“Esse é mais um espaço público que acolhe a campanha. Diariamente, centenas de pessoas circulam pelos jardins do Muhne, entre frequentadores do Cinema da Fundação, estudantes, pesquisadores e visitantes do próprio museu, além dos colaboradores da instituição. Nossos educadores estão preparados para incluir o tema nas visitas guiadas e, dessa forma, ampliar o debate sobre a violência contra a mulher”, pontua César Mendonça, pesquisador que está à frente da ação no Muhne.
A instalação no museu se soma a mais de 100 bancos vermelhos já espalhados por 13 estados brasileiros, além de 40 modelos gigantes.
Para Andrea Rodrigues, cofundadora e presidente do IBV, os bancos são “símbolos permanentes de luta, denúncia e memória. Cada instalação é um grito coletivo contra o feminicídio e a violência de gênero”.
Segundo dados recentes, mais de 21 milhões de mulheres — o equivalente a 37,5% da população feminina brasileira — sofreram algum tipo de agressão nos últimos 12 meses.
Dessas, 5,3 milhões relataram ter sido forçadas a manter relações sexuais contra a própria vontade nesse mesmo período.
“O banco é mais do que um mobiliário urbano. Ele carrega histórias, denuncia realidades e serve como ponto de reflexão e acolhimento. Precisamos transformar espaços públicos em lugares de memória e resistência”, afirma Paula Limongi, diretora executiva do Instituto Banco Vermelho.