Inglaterra anuncia campanha de vacinação contra a gonorreia, uma iniciativa inédita no mundo
Pacientes selecionados começarão a ser contatados nas próximas semanas e campanha deve começar em agosto
Um programa de vacinação contra a gonorreia será lançado na Inglaterra para conter o forte aumento de casos dessa infecção sexualmente transmissível, anunciaram as autoridades de saúde nesta quarta-feira, destacando que se trata de uma iniciativa inédita no mundo.
A vacina que será utilizada, a 4CMenB, já existe e é usada contra a meningite meningocócica do tipo B, nesse caso aplicada em bebês.
Em 2023, foram detectados mais de 85 mil casos de gonorreia na Inglaterra, o nível mais alto desde 1918, quando começaram a ser registradas estatísticas nessa área.
A gonorreia, causada por uma bactéria transmitida durante relações sexuais sem proteção, afeta principalmente pessoas com menos de 30 anos, em especial homens.
Leia também
• EUA e Europa pausam aplicação da vacina em idosos
• Covid: vacina brasileira caminha para última etapa dos testes clínicos e pode estar disponível em 28
• Secretaria de Saúde de Pernambuco amplia vacinação contra a gripe
Se não for tratada, a gonorreia pode levar, por exemplo, a um maior risco de contrair o HIV ou à infertilidade em mulheres.
Entre os sintomas estão dores ao urinar e desconforto retal. Para as mulheres, podem incluir dores abdominais ou sangramentos entre os períodos menstruais.
O programa de vacinação está sendo lançado em um moCamisinhamento em que algumas cepas da infecção parecem estar resistentes aos antibióticos.
— O lançamento da campanha de vacinação, a primeira do mundo, é um avanço enorme na área da saúde sexual — afirmou Amanda Doyle, diretora nacional de medicina geral do NHS England, o serviço público de saúde.
O programa será “crucial para proteger as pessoas, ajudar a prevenir a propagação da infecção e reduzir o aumento de cepas resistentes aos antibióticos”, acrescentou.
No entanto, a Comissão Conjunta de Vacinação e Imunização (JCVI, na sigla em inglês) destaca que, segundo estudos, a vacina tem uma taxa de eficácia entre 32,7% e 42% contra a gonorreia.
Portanto, a vacina reduziria o risco, mas sem o eliminar totalmente.
Os pacientes selecionados começarão a ser contatados nas próximas semanas para que a campanha possa ter início em agosto.
Segundo a JCVI, a gonorreia é observada especialmente em áreas desfavorecidas, bem como entre homens homossexuais e bissexuais que mantêm múltiplas relações sexuais.