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Faixa de Gaza

Israel intercepta barco com Greta Thunberg e Thiago Ávila que tentava furar bloqueio a Gaza

Entre os ageiros estão a ativista climática sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila

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Forças israelenses interceptaram um barco humanitário com ativistas que tentava chegar à Faixa de Gaza, desafiando o bloqueio naval israelense, afirmou a organização Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês) na madrugada desta segunda-feira. Em um vídeo publicado na conta da FFC no X, o ativista holandês Mark van Rennes disse que o veleiro foi "sequestrado". Israel confirmou abordagem, afirmando que embarcação está sendo redirecionada para a costa do seu país e seus ageiros — que ironizou chamando de "celebridades" — voltarão para casa.

“O 'iate das selfies' das 'celebridades' está navegando em segurança para a costa de Israel. Espera-se que os ageiros retornem aos seus países de origem”, publicou o Ministério das Relações Exteriores israelense nas redes sociais.

O barco Madleen, com bandeira britânica, operado pela FFC, partiu da Sicília em 6 de junho e esperava chegar a Gaza no final do dia, quando ocorreu a interceptação, informou o grupo em sua conta no Telegram.

Entre os ageiros do barco estão a ativista climática sueca Greta Thunberg, Rima Hassan, deputada sa do Parlamento Europeu, e o ativista brasileiro Thiago Ávila.

Pouco antes da declaração da FFC, o Ministério das Relações Exteriores de Israel postou um vídeo no X mostrando a Marinha israelense se comunicando com o Madleen por meio de um alto-falante, instando-o a mudar de rota.

— A zona marítima ao largo da costa de Gaza está fechada ao tráfego naval como parte de um bloqueio naval legal — disse um soldado. — Se você deseja entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, pode fazê-lo através do porto (israelense) de Ashdod.

O veleiro, com sua tripulação de 12 pessoas, transportava um carregamento simbólico de ajuda humanitária, incluindo arroz e fórmula infantil.

No sábado, a ativista alemã Yasemin Acar disse à AFP que o Madleen navegava ao longo da costa do Egito, fronteiriço com o território palestino, e que planejava chegar à Faixa de Gaza na manhã de segunda-feira.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou ao Exército neste domingo que impedisse o Madleen de chegar a Gaza, chamando a missão de um esforço de propaganda em apoio ao Hamas.

"A Greta, a antissemita, e aos seus companheiros, porta-vozes da propaganda do Hamas, digo claramente: voltem, porque não chegarão a Gaza", acrescentou.

Israel impôs um bloqueio naval ao enclave costeiro depois que o Hamas assumiu o controle de Gaza em 2007. O bloqueio permaneceu em vigor durante vários conflitos, incluindo a guerra atual, que começou após um ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 pessoas, de acordo com dados israelenses.

O Ministério da Saúde de Gaza afirma que mais de 54 mil palestinos foram mortos desde o início da campanha militar de Israel. As Nações Unidas alertaram que a maioria dos mais de 2 milhões de residentes de Gaza está enfrentando fome. Segundo o governo israelense, o bloqueio é essencial para impedir que armas cheguem ao Hamas.

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