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danos estruturais

Moradores desocupam prédio-caixão interditado em Abreu e Lima

Defesa Civil interditou blocos parcialmente

Os proprietários dos apartamentos do Residencial Fábio Correia, no bairro do Desterro, em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, precisaram desocupar os imóveis.

Formado por prédios-caixão, o conjunto tem apresentado grandes rachaduras. Este modelo de construção tem apresentado grandes perigos em Pernambuco, por não possuírem vigas ou sustentação.

Nesta sexta-feira (16), alguns moradores ainda deixam os imóveis. Alguns itens ainda estão guardados no salão de festa do condomínio.

A Defesa Civil do município interditou todos os sete blocos na última segunda (12), após uma vistoria identificar pequenas fissuras.

Incêndio
Desde o início deste ano, apenas o bloco E-2 vinha sendo laudeado para que as pessoas pudessem acompanhar a situação das edificações, mas um incêndio ocorrido em um dos apartamentos do 2º andar do mesmo bloco, em 24 de abril, acendeu um alerta. A Defesa Civil interditou todo o prédio. Apenas dois apartamentos estavam ocupados.

Residencial Fábio CorreiaConjunto é formado por prédios-caixão | Foto: Arthur Botelho/Folha de Pernambuco

“A empresa de engenharia fez um estudo geral do bloco. Pisos, solos e demais estruturas foram analisadas. Após o laudo, viria reforma e orçamento. Por conta desse laudo, o E-2 estava praticamente desabitado. Por recomendação da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, o bloco E-1, que é ligado aonde aconteceu o incêndio, também foi interditado. As pessoas tinham até 10 dias para deixá-lo. Elas saíram para garantir a integridade física, até que pudéssemos entender, em cima de um novo laudo, como estão as patologias, após o incêndio”, detalhou o síndico Jamilson Jorge, de 40 anos.

O síndico do prédio, Jamilson Jorge, de 40 anosO síndico do prédio, Jamilson Jorge | Foto: Arthur Botelho/Folha de Pernambuco 

Alguns prédios apresentam fissuras, como rachaduras. O E-2 é o mais evidente. O Residencial Fábio Correia tem 44 anos de construção e possui sete blocos. Ao todo, são 224 apartamentos. 24 estão desocupados.

Os moradores fazem reuniões frequentes para definirem como será o pagamento de um novo laudo. O primeiro foi feito pela companhia Engenharia Sabino e custou R$ 14 mil, divididos para os condôminos.

O motorista particular Batista Souza, de 62 anos, não vê a hora de voltar para casa. Ele é proprietário de um apartamento no 1º andar do conjunto A-2. Tem 15 dias para sair do imóvel, que tem três quartos, sala, cozinha e banheiro.

“Já faz 39 anos que eu moro aqui com a minha esposa. Recebi a notícia [da desocupação] com muita tristeza, porque o bloco [E-2] já foi interditado e todos saíram. Agora, o meu está sendo desocupado. A gente gostaria que tivesse alguma solução. Queríamos ver com a construtora quanto que custa [uma reforma] para voltarmos às nossas residências. Aqui é muito bom de morar. Precisamos somente de um laudo mais técnico, para vermos se dá para fazer o serviço e voltarmos para os nossos apartamentos”, detalhou o morador.

O que diz a Defesa Civil do município?
Por meio de nota, a Defesa Civil confirma o caso e diz que “já vem monitorando há um tempo a situação do Residencial Fábio Correia”.

“O prazo concedido foi o de imediato para os blocos afetados e 15 dias para os demais”, relatou o órgão.

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