Morte de Antônio Barros: Por que o Parkinson é mais comum entre os homens?
O cantor e compositor lutava contra a doença há anos
O cantor e compositor paraibano Antônio Barros morreu aos 95 anos após sofrer por anos com a doença de Parkinson. Ao lado da esposa Mary Maciel Ribeiro, mais conhecida como Cecéu, Barros compôs mais de 700 canções, incluindo muitos sucessos imortalizados nas vozes de grandes intérpretes da música brasileira como 'Homem com H', 'Bate coração' e 'Procurando Tu'.
O Parkinson é uma doença neurológica degenerativa, crônica e progressiva que afeta, principalmente, a parte motora. A condição causa a degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. Essa área é responsável por produzir a dopamina, neurotransmissor associado ao movimento do corpo. A baixa de dopamina afeta a capacidade motora do paciente.
Os sintomas mais característicos do Parkinson costumam surgir por volta dos 65 anos, como tremores, problemas de equilíbrio, rigidez, lentidão de movimentos e problemas oculares.
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Os homens têm um risco duas vezes maior de desenvolver Parkinson ao longo da vida. E com as evidências de um estudo recente publicado na revista científica The Journal of Clinical Investigation, agora se sabe o motivo por trás disso: a proteína PINK1.
De acordo com os cientistas, em condições normais, a PINK1 ajuda as células do cérebro a regular suas mitocôndrias — local de produção de energia. Contudo, em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca células cerebrais que utilizam essa proteína por confundi-la com um invasor, contribuindo para a inflamação e a morte dessas células.
Dessa forma, a equipe observou que os danos causados por esses ataques acontecem com maior frequência e de forma mais agressiva no cérebro dos homens do que no das mulheres. As células T, ou linfócitos T, são as células que defendem o organismo de corpos considerados estranhos e, por sua vez, são um sinal de que algo está errado.
Os homens diagnosticados com Parkinson tiveram um aumento de 6 vezes nas células T específicas de PINK1, em comparação com participantes saudáveis do estudo do sexo masculino. Já as mulheres com Parkinson mostraram apenas um aumento de 0,7 vezes nas células T específicas de PINK1, em comparação com participantes saudáveis do estudo do sexo feminino.
Aumento dos casos até 2050
A doença de Parkinson vai afetar 25,2 milhões de pessoas em todo o mundo até 2050, um aumento de 112% em relação a 2021, segundo um estudo publicado na revista científica The BMJ. É estimado também que a prevalência da doença de Parkinson em todas as idades chegará a 267 casos por 100 mil em 2050 (243 para mulheres e 295 para homens), enquanto a prevalência padronizada por idade deverá aumentar em 55%, para 216 casos por 100 mil.
O envelhecimento populacional será o principal impulsionador (89%) desse crescimento, seguido pelo crescimento populacional (20%), com padrões diferentes nos níveis regional e nacional. A maior parte dos novos casos ocorrerá em países do Leste Asiático (10,9 milhões), onde estão localizados Japão, China, Coreia do Sul e Hong Kong, seguido pelo Sul da Ásia (6,8 milhões), região que abarca Bangladesh, Índia, Maldivas e Nepal.
Veja quais são os 40 sintomas do Parkinson menos comuns:
Tremor em repouso
Rigidez
Lentidão de movimento
Problemas de equilíbrio, por exemplo, queda
Dificuldade para andar ou arrastar as pernas
Tontura
Congelamento do movimento
Distonia
Cãibras musculares
Dor
Problemas de sono ou insônia
Fadiga
Postura curvada ou encurvada
Pressão arterial baixa
Pernas inquietas
Problemas intestinais, incluindo prisão de ventre
Urgência urinária
Incontinência
Problemas de pele, por exemplo, sudorese ou seborreia
Suavização ou voz baixa
Problemas de fala ou comunicação
Problemas sexuais
Problemas oculares, por exemplo, visão turva
Problemas nos pés, por exemplo, rigidez, edema e marcha plana
Boca seca
Dificuldade para engolir
Salivação excessiva
Demência
Falta de concentração
Depressão, incluindo alterações de humor e personalidade
Ansiedade
Apatia
Esquecimento
Confusão
Alucinações
Perda do olfato
Perda do paladar
Caligrafia menor
Hipomimia (dificuldade de fazer expressões faciais)
Pesadelos