Negociações entre Ucrânia e Rússia, no Vaticano, necessitariam preparação 'intensiva', diz Alemanha
Após fracasso em Istambul, os países devem possuir maior autonomia para "conversas sérias", disse porta-voz alemão
A Alemanha advertiu, nesta quarta-feira (21), que acolher conversas de paz entre a Rússia e a Ucrânia, no Vaticano, necessitaria uma preparação "muito intensiva", depois do presidente americano, Donald Trump, ter sugerido a ideia desta semana.
Depois de uma conversa telefônica de mais de duas horas com seu homólogo russo, Vladimir Putin, Trump afirmou na segunda-feira que Rússia e Ucrânia começariam "imediatamente" as negociações para um cessar-fogo.
Mas Moscou, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, ainda não quis oferecer um cronograma para isso.
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A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse, na terça-feira, que o papa Leão XIV havia confirmado que o Vaticano estava disposto a acolher conversas de paz entre ambos os lados.
Mas o porta-voz do governo alemão, Stefan Kornelius, destacou, nesta quarta-feira, a dificuldade que representaria organizar o encontro.
"Qualquer reunião desse tipo precisa de preparativos muito, muito intensos, então é muito especulativo falar quando ou em que formato elas poderiam ocorrer", disse.
Russos e ucranianos mantiveram negociações diretas na semana ada, pela primeira vez em três anos. Mas as conversas, que ocorreram em Istambul, fracassaram em alcançar um acordo de cessar-fogo.
"Após os acontecimentos de Istambul, sabemos que é imperativo que sejam realizadas conversas sérias e que as delegações realmente tenham poder para negociar um cessar-fogo", afirmou Kornelius.
"Qualquer conversa no Vaticano tem que ocorrer nessas condições", insistiu.
A Alemanha e outros aliados europeus de Kiev, declararam que planejam aumentar a pressão sobre Moscou depois que a União Europeia aprovou, na semana ada, o seu 17º pacote de sanções contra a Rússia.