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Saúde

OMS: casos de sarampo crescem 11 vezes na região das Américas em 2025

No Brasil, houve 5 registros da doença infecciosa até agora

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta, nesta segunda-feira, sobre a alta de casos de sarampo neste ano na região das Américas.

Segundo a organização, até 18 de abril foram registrados 2.318 pessoas infectadas, incluindo três mortes, um aumento de 11 vezes em relação ao mesmo período de 2024.

“A maioria dos casos ocorreu entre pessoas de 1 a 29 anos, que não foram vacinadas ou têm status de vacinação desconhecido. O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida pelo ar, que pode levar a complicações graves e à morte”, diz a OMS.

A autoridade sanitária destaca ainda que, embora a doença seja evitável com duas doses da vacina, mais de 22 milhões de crianças em todo o mundo não receberam nem a primeira dose do imunizante em 2023.

“Isso contribuiu para um aumento global nos casos de sarampo em 2024, o que aumenta o risco de infecções importadas, principalmente de viajantes não vacinados que chegam de áreas onde o vírus está circulando ativamente”, continua.

A OMS afirma trabalhar “em estreita colaboração” com os países das Américas para evitar a disseminação e a reintrodução do sarampo.

O risco atualmente é avaliado como alto na região, embora o global permaneça como moderado.

Os casos registrados até agora em 2025 foram em 6 países: Canadá, com 1.069 infectados; Estados Unidos, com 800 casos e duas mortes; México, com 421 registros e um óbito; Argentina, com 21 casos; Brasil, com 5, e Belize, com 2.

“Isso não só representa uma preocupação de saúde pública para os países afetados, mas também representa um risco em potencial para outras regiões devido às viagens internacionais e ao movimento da população”, diz a organização.

No Canadá, o total excede “em muito os 177 casos confirmados e prováveis registrados em 2024, representando a maior contagem anual de infecções desde que o país alcançou a eliminação do sarampo em 1998”, acrescenta a OMS.

A maioria dos casos no país, 83%, ocorreu em um surto numa região com baixa cobertura vacinal que teve início com um caso importado internacionalmente.

O primeiro paciente havia ido ao país para participar de uma reunião, em outubro de 2024, que incluía participantes de diferentes províncias canadenses. 84% dos infectados neste surto não eram vacinados, e 12% não tinham status de imunização.

Já nos EUA, a OMS confirmou 800 casos de sarampo até o último dia 17 em 25 estados, além de 2 mortes.

A maioria, 93%, foi ligada aos pelo menos 10 surtos da doença identificados até o momento neste ano.

Os no Texas, Novo México e Oklahoma são sozinhos responsáveis por 82% dos infectados.

No geral, a grande maioria dos casos no país, 96%, ocorreu em pessoas que não tinham sido vacinadas ou que tinham status de imunização desconhecido.

Os surtos afetam principalmente crianças e adolescentes, e 11% dos pacientes precisaram ser hospitalizados.

Sobre o Brasil, a OMS cita os 5 casos notificados até agora.

O mais recente foi confirmado na capital paulista neste mês. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), o local da infecção ainda está em investigação, e o paciente é um homem, de 31 anos, que mora na cidade.

Ele havia sido vacinado e não desenvolveu quadro grave.

Mais cedo, dois casos locais foram registrados no Estado do Rio em crianças com menos de um ano e sem histórico de vacinação.

Além disso, dois adultos, um no Distrito Federal e um no Rio Grande do Sul, tiveram sarampo, mas com histórico recente de viagem internacional.

Por isso, os casos foram classificados como importados, sem transmissão secundária em território nacional.

Os casos locais detectados neste ano, por enquanto, não são suficientes para que o Brasil perca novamente o certificado de eliminação do sarampo, que foi reconquistado em 2024.

Para isso, é preciso um registro contínuo de novos surtos e a circulação da mesma versão do patógeno por mais de um ano.

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