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Direitos Humanos

ONU e vários países pedem respeito ao direito humanitário após ataque a comboio no Sudão

País é cenário de uma guerra civil que envolve as tropas do chefe do Exército, Abdel Fattah al Burhan, e as de seu antigo imediato Mohammed Hamdan Daglo

A ONU, a União Africana, os Estados Unidos e outros países exortaram, nesta quarta-feira (4), as partes beligerantes no Sudão a respeitarem o direito humanitário, três dias depois de um ataque contra um comboio humanitário que deixou cinco mortos.

Desde abril de 2023, o Sudão é cenário de uma guerra civil que envolve as tropas do chefe do Exército, Abdel Fattah al Burhan, e as de seu antigo imediato Mohammed Hamdan Daglo, que lidera as Forças de Apoio Rápido (FAR), um grupo paramilitar.

Em um comunicado conjunto, Estados Unidos, Suíça, Egito, Arábia Saudita, bem como a ONU e a União Africana (UA) "apressaram-se a reafirmar que o direito humanitário internacional deve ser plenamente respeitado".

"Os ataques dirigidos contra civis e alvos civis, incluindo o pessoal e os bens humanitários, constituem graves violações do direito internacional humanitário", acrescentaram na nota, divulgada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Os Emirados Árabes Unidos também estão entre os signatários, apesar de este rico Estado do Golfo ser acusado pelo governo sudanês, por ONGs e observadores de apoiar os paramilitares. Abu Dhabi sempre negou esses apontamentos. Por sua vez, as FAR acusam o Egito de ter fornecido armas para o Exército sudanês.

O comboio humanitário atacado na segunda-feira transportava alimentos destinados à cidade sitiada de El Fasher, capital de Darfur do Norte, uma província que está sob assédio das FAR há mais de um ano.

O ataque também deixou vários feridos e provocou o incêndio de diversos caminhões que continham ajuda destinada a famílias afetadas pela fome, segundo a ONU.

Ambos os lados se acusam mutuamente de responsabilidade pelo ataque.

A guerra no Sudão já deixou dezenas de milhares de mortos, provocou o deslocamento forçado de 13 milhões de pessoas e mergulhou parte do país na insegurança alimentar. Segundo a ONU, quatro milhões de pessoas já deixaram o país.

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