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opinião

É preciso guardar a chuva

O verdadeiro dilúvio dos últimos dias, atingindo a Região metropolitana e a Zona da Mata, mais uma vez nos leva a observar a importância de projeto de infraestrutura, que nos permitisse guardar as chuvas do inverno para utilização no verão e, pontuando ainda mais, para utilização nos momentos críticos de seca, que continuam nos visitando de forma recorrente.

Repetindo a ladainha do apaixonado pela causa canavieira, e por consequência em nome dos seus milhares de agentes e atores, trabalhadores, fornecedores de cana e usinas, as que ainda restam, e que a despeito da redução em número do que já foram um dia, continuam representando o que temos de mais importante no nosso acervo socioeconômico, principalmente pela sua expressão como geradora de emprego e renda para Pernambuco no particular e de forma ampliada em todo o Nordeste canavieiro, compreendendo nove estados, mais de duzentos Municípios e população direta e indiretamente afetada superior a dez milhões de habitantes.

É evidente que em termos agronômicos nenhuma cultura se viabiliza sem o elemento essencial, a água, e a cana-de-açúcar não é diferente, sobrando ou faltando o componente hídrico é sempre motivo de alegria ou preocupação, valendo ressaltar mais uma vez a solução técnica formatada para mitigar os efeitos de estiagem prolongada, ou alternativamente o controle de falta ou sobra, que já foi há muito identificada e apresentada ao governo estadual, aguardando até hoje o reexame do Projeto “Águas do Norte” pelas áreas competentes na gestão pública conjuntamente com a representação privada dos agentes envolvidos, em especial de Alexandre Andrade Lima presidente da AF, de sorte a otimizar a contribuição da tradicional e multissecular cultura canavieira à toda a sociedade do autodenominado “Estado de Mudança”, que esperamos fervorosamente que seja para melhor.

Repetir não ofende, inclusive tirando partido da recente participação da nossa Governadora Raquel Lyra em importante evento no exterior, inclusive na temática sucroalcooleira, na tentativa de buscar novos investimentos capazes de turbinar nosso esforço de desenvolvimento.

Não podemos deixar de registrar a importante contribuição da Folha de Pernambuco na pessoa de seu presidente Eduardo Monteiro, grande líder da agroindústria canavieira nordestina, conduzindo três importantes unidades produtoras no Nordeste, em Pernambuco, Alagoas e no Rio Grande do Norte, a Folha tem sido desde sua fundação um verdadeiro “Diário Oficial” do setor, divulgando e acompanhado diuturnamente nossas ideias, projetos e críticas quando se fizeram necessárias, não apenas em âmbito Estadual, mas também Federal, reafirmando as razões que ensejaram constar a cana-de-açúcar no brasão de Pernambuco desde 1895, por iniciativa do Governador Barbosa Lima, tio do Governador Barbosa Lima Sobrinho, e tantos outros governadores e presidentes do saudoso Instituto do Açúcar e do Álcool — IAA, verdadeiro Ministério do Setor Agroindustrial Canavieiro, protegendo o Setor no Nordeste, como o “carro chefe” da nossa terra, a cana-de-açúcar.

Por tudo isso, dentre outras possibilidades “sub examem”, o aludido projeto “Águas do Norte”, formatado como parceria público privada, continua aguardando a convocação da ALEPE e do Governo do Estado para se destacar pela sua abrangência e importância como uma das mais importantes iniciativas já levadas a efeito no Nordeste Canavieiro.

Privilégio de Pernambuco desde o século XVI até hoje, a cana-de-açúcar é tudo de bom! Cana da renda e do emprego para o nosso povo, precisa ser melhor protegida para garantir o futuro de sua inestimável contribuição ao nosso esforço de desenvolvimento.


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