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OPINIÃO

Mais um que parte              

No dia 13 de março tive uma notícia que fez com que meus olhos se enchessem de lágrimas… É que tive a notícia que meu amigo, o monsenhor Edvaldo Bezerra da Silva se encantara. Ele estava com 95 anos, dos quais 68 como sacerdote.

Monsenhor Edvaldo nasceu em São Caetano, no Agreste de Pernambuco, onde foi enterrado, tendo sido ordenado sacerdote na catedral de Nazaré da Mata, cidade que tem um auditório, na Escola Municipal Dom Mota, com seu nome. Ele estudou, entre outros lugares, nos Seminários de Olinda, no nosso Estado, e de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Foi Capelão da Aeronáutica em Pernambuco e geral, do Brasil, no Rio de Janeiro. Na Arquidiocese de Olinda e Recife foi Vigário Geral e, por longos anos, pároco da igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, onde teve, por muito anos, como auxiliar monsenhor José Albérico Bezerra e, ultimamente, o padre Fábio.

Muito estudioso e dos mais competentes, dominava, como poucos, inclusive os sacerdotes, o Latim, tendo celebrado, por muito tempo, a missa dos domingos, pela manhã, naquele idioma, na igreja da Conceição dos Militares, na rua Nova, no centro do Recife.  Integrou a Comissão de Justiça, não sei se é este o nome, da Arquidiocese de Olinda e Recife, onde analisava os processos a ela encaminhados.

Durante muitos anos foi Capelão do Colégio Santa Maria, cuja fundadora e diretora, dona Maria das Dores Muniz de Melo, era sua amiga. Aliás, antes de ir para o Rio de Janeiro para ocupar o cargo de Capelão geral da Aeronáutica, ele almoçou num domingo na sua casa, como, também, num sábado, em nossa casa, onde tivemos  com meu marido, Junancy Galvão, e minha mãe, Dulce Noya, o prazer de recebê-lo.

Quando na Arquidiocese de Olinda e Recife se fez, como se faz, o rodízio dos sacerdotes nas igrejas da sua jurisdição, foram mantidos nas paróquias, os monsenhores Edvaldo Bezerra, de Boa Viagem, Edvaldo Gomes, de Casa Forte, Romeu da Fonte, da Torre, e padre Caetano, da rua do Lima, em Santo Amaro.

No mesmo dia transcorreu o jubileu de Diamante, 60 anos, de ordenação sacerdotal os monsenhores Edvaldo Bezerra e Edvaldo Gomes, que agora se encontraram e devem estar colocando os assuntos em dia.

Tenho lembranças que guardo com carinho dele, que benzeu o apartamento em que moramos meu marido e eu. Quando ele me via perguntava “como vai o chefe?”. Também foi ele que celebrou os 80 anos da minha mãe e foi ao cemitério de Santo Amaro celebrar missa de corpo presente e encomendar o corpo dela., sendo o celebrante da sua missa de sétimo dia.  Ela  tinha sido companheira de trabalho de uma das irmãs dele.

Sei que agora ele está lá em cima, num lugar reservado aqueles que serviram com devoção, amor e muita fé ao nosso Deus todo-poderoso. Monsenhor, até breve, reze por nós e um dia, não sabemos quando,  e se o merecemos, haverá um reencontro nosso. Até logo mais se Ele assim o quiser...

* Jornalista e professora universitária (
[email protected]).

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