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opinião

O impacto das práticas espiritualistas e lições de Sri Sri Ravi Shankar no Brasil

O Brasil, com sua diversidade cultural e religiosa, sempre foi um terreno fértil para a chegada de caminhos espiritualistas vindos de fora. Nesse cenário, a atuação de Sri Sri Ravi Shankar — mestre indiano, referência mundial da espiritualidade contemporânea e que deve vir ao Brasil para a COP30 — vem se destacando desde os anos 1990. Suas mensagens simples, combinadas a práticas íveis, conquistaram milhares de brasileiros em busca de equilíbrio emocional, saúde mental e sentido para a vida.

Sua presença no país se expandiu de forma natural, impulsionada por relatos de transformação pessoal e pelo boca a boca. Um dos principais vetores dessa disseminação foi o curso introdutório que ensina a técnica de respiração Sudarshan Kriya — hoje presente em centros urbanos e comunidades do interior. A prática ganhou força por aliviar o estresse, reduzir a ansiedade e proporcionar uma reconexão com o momento presente.

Mas sua proposta vai além da saúde mental. Combinando meditação, yoga e filosofia védica, Sri Sri Ravi Shankar propõe uma forma de viver baseada na compaixão, no silêncio interior e na aceitação da impermanência. Pequenos sutras como “o momento presente é inevitável” e “não há culpa no erro” se tornaram referências para quem enfrenta dilemas existenciais.

A técnica Sudarshan Kriya tem respaldo científico. Estudos realizados por universidades como a da Pensilvânia e o Columbia College, em Nova Iorque, mostraram que ela reduz o cortisol (hormônio do estresse), melhora o humor e fortalece a saúde mental. Publicações em revistas como o Journal of Alternative and Complementary Medicine confirmam esses benefícios.

Os impactos vão além do indivíduo. As práticas inspiradas por Sri Sri têm chegado a escolas públicas, presídios, empresas e comunidades vulneráveis. Mesmo parecendo simples à primeira vista, meditar e respirar com consciência tem gerado resultados concretos: redução da agressividade, melhora na convivência e aumento da concentração.

Essa adesão significativa no Brasil se deve, em parte, à capacidade de adaptação cultural. Os ensinamentos foram recebidos com abertura e traduzidos em experiências práticas, sem impor dogmas. Muitos praticantes mantêm suas crenças cristãs, espíritas ou budistas, somando as técnicas a suas vivências espirituais.

Em um país marcado por desigualdades e violência, a mensagem de paz, diálogo e escuta de Sri Sri Ravi Shankar ecoa como um convite à reconstrução de vínculos sociais. Sua atuação vai além da espiritualidade: ela alcança a ética, a saúde e o cuidado coletivo.

No fim, sua presença no Brasil é mais que uma visita estrangeira — é sinal de uma busca comum por sentido em tempos incertos. Suas práticas mostram que espiritualidade não precisa ser distante ou complexa. Pode estar no simples gesto de parar, respirar — e se reconectar.
 

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