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opinião

Talentos no fundo da sala: uma revolução silenciosa na educação pública

Enquanto os holofotes da educação continuam voltados para os alunos com as melhores notas, uma proposta inovadora surge em Recife com um olhar mais sensível e inclusivo: valorizar quem mais precisa de estímulo — os estudantes esquecidos no fundo da sala.

Historicamente, o sistema educacional mundial privilegia os desempenhos acadêmicos mais altos. No entanto, ignora-se, muitas vezes, o contexto social, emocional e econômico de alunos que enfrentam desafios diários que vão muito além dos livros. Faltam recursos, apoio familiar e, principalmente, reconhecimento. É justamente aí que nasce o programa Recife CDF – Cidadão do Futuro.

Inspirado em ações internacionais, como o programa americano "My Education, My Future", promovido pelo ex-presidente Barack Obama, o Recife CDF adapta a ideia ao cenário brasileiro. Ao contrário de focar apenas os melhores, propõe-se a premiar os estudantes que, mesmo com baixos desempenhos iniciais, mostram evolução, dedicação e vontade de aprender.

O diferencial? O foco nos esquecidos. Nos talentos invisíveis. Aqueles que, por diversas razões, foram colocados à margem do protagonismo escolar.

Em vez de apenas enaltecer os que já estão no topo, o programa propõe um novo modelo de valorização: incentivar o progresso, não apenas o resultado. Premiar o esforço, não apenas a excelência. Estimular a autoestima e a autoconfiança de quem muitas vezes acredita que não é capaz. Com métricas claras e acompanhamento pedagógico, o Recife CDF convida professores, famílias e representantes da sociedade a participarem de uma nova cultura de reconhecimento.

Mais do que um projeto, é um movimento. Um chamado à inclusão socioeducacional. Uma tentativa de transformar a escola pública em um espaço onde todos — absolutamente todos — sintam que podem brilhar.

Ao propor esse olhar humanizado e horizontal, o Recife CDF nos lembra de uma verdade essencial: educar é acreditar no potencial de cada um, inclusive dos que ainda não sabem que têm um.

E se a escola também for um espaço de resgate, de esperança e de transformação?

A resposta vem do fundo da sala. E é um sonoro: _Yes, we can._



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