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RELIGIÃO CATÓLICA

Papa Leão XIV indica primeira mulher para cargo na Cúria romana em seu pontificado

Líder da Igreja Católica nomeou italiana Tiziana Merletti para a secretaria do Dicastério dos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica

O Papa Leão XIV nomeou nesta quinta-feira a irmã Tiziana Merletti, de 65 anos, como secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, sua primeira indicação de uma mulher para um cargo da Cúria da Igreja Católica. A prefeitura do mesmo dicastério já é comandada por uma mulher, indicada pelo Papa Francisco.

A imprensa oficial do Vaticano informou que Tiziana, doutora em direito canônico e professora da Pontifícia Universidade Antonianum em Roma, ficará a frente deste departamento do Vaticano — similar a um ministério—, que cuida dos religiosos em todo o mundo. O dicastério foi o primeiro órgão da Cúria romana a ser dirigido por uma mulher, a irmã Simona Brambilla, indicada por Francisco em substituição ao cardeal brasileiro João Braz de Aviz.

Ainda de acordo com a Vatican News, Tiziana faz parte da ordem religiosa das Irmãs Franciscanas dos Pobres, que integra desde 1986. Formada em direito em 1984, a italiana de 65 anos concluiu o doutorado em direito canônico em 1992, na Pontifícia Universidade Lateranense em Roma. Antes de ocupar o dicastério, ela foi Superiora-Geral do seu Instituto religioso por nove anos.

A nomeação da italiana por Leão XIV guarda um sinal de continuidade ao legado de Francisco, que em janeiro se tornou o primeiro Pontífice da História a nomear uma mulher para a Cúria. Também italiana, Brambilla, de 59 anos, foi superiora-geral das Irmãs Missionárias da Consolata, na Itália, e já era a número dois deste dicastério desde outubro de 2023.

A porcentagem de mulheres em cargos na Santa Sé e na istração do Estado do Vaticano cresceu durante o papado de Francisco. O número saltou de 19,2% em 2013 para para 23,4% em 2023.

Apesar do avanço sob Francisco, ainda há uma grande lacuna nos degraus mais altos do Vaticano para a inclusão das mulheres. Embora representem a maioria entre os fieis católicos, elas ainda ocupam menos de 5% das posições de liderança.

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