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IGREJA

Papa Leão XIV lança mensagem a favor do diálogo e da unidade diante da Cúria

Novo Pontífice afirmou neste sábado que sua primeira reunião com o corpo governamental era uma oportunidade para agradecer pelo trabalho deles

O Papa Leão XIV pediu neste sábado a construção de pontes e a promoção do diálogo durante sua primeira audiência com os membros da cúria romana, o governo da Igreja Católica.

Seu antecessor, Papa Francisco, por vezes teve dificuldades em suas relações com a cúria e com funcionários do Vaticano, aos quais acusava, no início de seu pontificado, de sofrerem de "Alzheimer espiritual" e de estarem sedentos de poder.

O novo Pontífice, de nacionalidade norte-americana e peruana, afirmou no sábado que sua primeira reunião com o corpo governamental era uma oportunidade para agradecer pelo trabalho deles.

— Os papas am, a cúria permanece — disse Leão XIV aos funcionários do governo, ao pessoal e a seus familiares, na grande sala Paulo VI do Vaticano.

Ele reiterou suas primeiras palavras desde a Basílica de São Pedro, quando se tornou Papa, em 8 de maio, ocasião em que instou as pessoas a "construírem pontes" e acolheu "de braços abertos todos os que precisam da nossa caridade, presença, diálogo e amor".

— Se todos devemos cooperar com a grande causa da unidade e do amor, tentemos fazer isso antes de tudo com o nosso comportamento nas situações do dia a dia, começando pelo local de trabalho — disse o Papa: — Todos podem ser construtores da unidade com sua atitude em relação aos colegas, superando os inevitáveis mal-entendidos com paciência e humildade, colocando-se no lugar dos outros, evitando preconceitos, e também com uma boa dose de bom humor, como nos ensinou o Papa Francisco.

Desde descentralizar o poder até aumentar a transparência ou dar um papel maior aos leigos e às mulheres, o Papa Francisco implementou reformas significativas na cúria pontifícia.

Mas suas críticas causaram forte impacto entre muitos funcionários, alguns dos quais o acusaram de ser um Papa excessivamente autoritário, que às vezes ignorava os órgãos istrativos da Santa Sé.

Em 2024, cerca de cinquenta funcionários dos Museus Vaticanos entraram em greve — algo inédito em uma cidade-Estado onde sindicatos não são permitidos — em protesto contra suas condições de trabalho.

Leão XIV ou duas décadas trabalhando no Peru, país do qual obteve a nacionalidade, mas nos últimos dois anos comandou o departamento do Vaticano responsável por nomear bispos em todo o mundo.

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