Portugal e Espanha restabelecem energia; empresa descarta ataque cibernético como causa do apagão
Premier espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que 99,95% da eletricidade foi restabelecida no país. Em Portugal, ao menos 6,2 milhões de clientes voltaram a ter energia
A Red Eléctrica, operadora de energia da Espanha, descartou nesta terça-feira que um ataque cibernético tenha sido a causa do apagão que deixou a Península Ibérica e algumas partes do continente europeu sem luz. A conclusão foi apresentada pelo diretor de operações da empresa, em um momento em que o abastecimento foi restabelecido quase na totalidade dos dois países.
— Com a análise que conseguimos realizar até agora, podemos descartar um incidente de segurança cibernética nas instalações [da operadora nacional de rede elétrica Red Eléctrica] — disse o diretor de operações, Eduardo Prieto, em entrevista coletiva.
Autoridades espanholas e portuguesas confirmaram ainda na segunda-feira que o apagão havia sido provocado por uma falha em território espanhol. O primeiro-ministro Pedro Sánchez chegou a afirmar que um 15 gigawatts de geração, o equivalente a 60% da demanda energética do país, "sumiram" do sistema, o que causou o colapso energético. O que causou isso, porém, não está claro.
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Apesar dos motivos não esclarecidos, os trabalhos de normalização avançaram gradativamente desde a tarde de segunda. Sánchez afirmou nesta terça que 99,95% da demanda energética foi restabelecida na Espanha. Em Portugal, ao menos 6,2 milhões dos 6,5 milhões de clientes da Redes Energéticas Nacionais (REN) voltaram a ter energia.
"Após uma noite intensa, foi possível restabelecer 99,95% da demanda energética", escreveu o premier na rede social X, agradecendo a "responsabilidade e civismo" da população durante o inédito corte de energia.
Em Portugal, a rede elétrica estava "perfeitamente estabilizada", anunciou o operador REN.
Serviços de telefonia, internet e iluminação voltaram a funcionar, trens voltaram a circular, lojas reabriram e trabalhadores retornaram aos escritórios após a queda de energia que ocorreu na tarde de segunda-feira e durou até 20 horas em alguns lugares.
Maria Jesus Cobos, advogada de 50 anos, conseguiu dirigir para casa ando por Madri durante a noite, após o dia caótico.
— Isso mostrou que somos muito vulneráveis, que há algo que não está sendo bem feito. Tive que dirigir sem semáforos — disse à AFP, antes de acrescentar que as pessoas mantiveram a civilidade. — Isso nos mostra que podemos sobreviver.
Ela disse que encontrou pessoas paradas na estrada com placas indicando o destino pretendido.