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EUA

Rubio defende fim do "massacre" na Ucrânia antes de rodada de negociação entre Kiev e Moscou

Comitivas diplomáticas dos dois países em guerra estão reunidas em Istambul nesta sexta (16)

Em uma breve mudança de tom, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou nesta sexta-feira que a Rússia deve interromper o "massacre" contra a Ucrânia antes que representantes dos dois países se reúnam para negociar um acordo de paz.

A declaração, feita em Istambul em um encontro com representantes diplomáticos turcos e ucranianos, aconteceu pouco antes do início da primeira rodada de tratativas entre as delegações de Kiev e Moscou que pousaram ontem na Turquia — e que finalmente ficaram frente a frente, após momentos de incerteza e troca de farpas no dia anterior, para o primeiro contato diplomático direto entre os dois países desde 2022.

O comentário de Rubio foi destacado pela porta-voz do Departamento de Estado americano, Tammy Bruce, que afirmou que o chefe da diplomacia americana apenas "reiterou a posição dos EUA de que é necessário por fim ao massacre". Washington não se posicionou na semana ada, quando a Ucrânia e aliados europeus pressionaram a Rússia a concordar com um cessar-fogo incondicional de 30 dias e abrir negociações de paz.

Representantes de Kiev e Moscou sentaram-se frente a frente pela primeira vez para negociações diretas no Palácio Dolmabahçe, construção histórica do Império Otomano às margens do Bósforo, após a rodada de tratativas ficar sob risco no dia anterior. As delegações desembarcaram em duas cidades diferentes, e o lado ucraniano reclamou que, enquanto a comitiva do país era liderada pelo presidente Volodymyr Zelensky, os russos enviaram burocratas de médio escalão. Zelensky chegou a chamar a comitiva de "elenco de figuração", questionando a capacidade de tomar qualquer decisão.

Apesar do marco de primeiro contato diplomático direto desde 2022, a expectativa de que a negociação produza resultados significativos é baixa — o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que qualquer avanço só aconteceria quando ele e o líder russo, Vladimir Putin, se encontrassem. A reunião em si, porém, é uma vitória para Putin, que se recusou a concordar com o cessar-fogo no campo de batalha, pré-condição imposta no ultimato europeu da semana ada.

 

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