Sobrevivente do Holocausto está entre os feridos de ataque nos EUA contra ato pelos reféns de Israel
À CBS News, o rabino Israel Wilhelm, diretor do Chabad na Universidade do Colorado, disse que a mulher é refugiada da Europa
Uma sobrevivente do Holocausto, de 88 anos, está entre as vítimas do ataque terrorista que deixou oito feridos no ato em apoio aos reféns israelenses, que aconteceu no domingo, no Colorado, nos Estados Unidos. À CBS News, o rabino Israel Wilhelm, diretor do Chabad na Universidade do Colorado, disse que a mulher é refugiada da Europa e afirmou: "Uma pessoa muito amorosa".
— Ela falou em nossas sinagogas, bem como em outras sinagogas e escolas sobre sua história, o Holocausto e sua própria perspectiva — relatou Chany Scheiner, amigo da sobrevivente, à afiliada da rede americana CNN, KUSA.
O atentado ocorreu no Pearl Street Mall, no centro de Boulder, durante uma caminhada organizada pelo grupo “Run for Their Lives” (“Corrida pela vida deles”, em tradução livre), que promove atos semanais em memória dos reféns israelenses capturados pelo Hamas em 2023. Até então, segundo o grupo, nenhuma dessas manifestações havia registrado episódios de violência.
De acordo com o FBI, o agressor utilizou um “lança-chamas improvisado” para atacar os manifestantes, incluindo homens e mulheres com idades entre 52 e 88 anos. Oito pessoas foram hospitalizadas com queimaduras e outros ferimentos, sendo que duas delas estavam em estado grave, segundo as autoridades. O hospital informou que todos os pacientes foram transferidos ou receberam alta ainda na noite de domingo. No entanto, ainda não há informações sobre o estado de saúde da sobrevivente do Holocausto.
— Ela é apaixonada por defender o bem e é uma pessoa extremamente excepcional. Sempre com um sorriso no rosto. A vida dela não foi fácil, mas ela é uma luz brilhante. E qualquer amigo dela é um amigo para a vida toda — acrescentou Scheiner.
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O suspeito, identificado como Mohamed Sabry Soliman, de 45 anos, é cidadão egípcio e entrou nos Estados Unidos com visto de não imigrante em 2022, segundo a CBS News. O visto expirou em fevereiro de 2023, e Soliman residia em Colorado Springs.
Soliman foi fichado por acusações que incluem tentativa de homicídio em primeiro grau e uso de explosivos ou dispositivo incendiário durante a prática de um crime. Essas acusações, porém, ainda podem ser ajustadas pela promotoria.
Durante o ataque, ele teria gritado “Free Palestine” (“Palestina livre”), de acordo com Mark D. Michalek, agente especial encarregado do escritório do FBI em Denver, o que levou o governador do Colorado, Jared Polis, que é judeu, condenar o atentado como “um ato hediondo e direcionado à comunidade judaica”. Já primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também se pronunciou, dizendo que as vítimas foram atacadas “simplesmente porque eram judias”.
O diretor do FBI, Kash Patel, descreveu o ataque como “terrorismo direcionado”, e o procurador-geral do estado, Phil Weiser, afirmou que os indícios apontam para um “crime de ódio, dado o grupo visado”.
O ataque pode intensificar o sentimento de insegurança já presente na comunidade judaica dos Estados Unidos. Na semana ada, dois funcionários da embaixada de Israel foram assassinados em Washington, e um homem ateou fogo à residência do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, que é judeu.
O grupo “Run for Their Lives” afirmou em nota que seguirá com suas manifestações semanais e que “a violência não irá calar a luta por justiça e memória”.