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PRIMEIRA TURMA DO STF

Advogada de subtenente diz que Abin já investigava urnas desde 2020 e é questionada por Cármen Lúcia

Juliana Rodrigues Malafaia sustentou que a responsabilidade não seria de seu cliente, mas não soube responder a pergunta da ministra

Durante a defesa do subtenente do Exercito Giancarlo Gomes Rodrigues contra as acusações de participação na trama golpista, sua advogada, Juliana Rodrigues Malafaia, afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigava as urnas eletrônicas desde 2020, em uma tentativa de defender seu cliente.

A declaração foi contestada pela ministra Cármen Lúcia após a sustentação oral no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) relativa à tentativa de golpe de Estado.

— As notícias que vinculam a empresa que venceu a licitação em relação as urnas com ministros do STF não foram produzidas pelo denunciado, elas existiam desde julho de 2020. A narrativa da acusação é de que Giancarlo teria produzido as notícias em 2021. Acontece que desde julho de 2020, a própria Abin, legalmente ou ilegalmente, já investigava urnas e notícias falsas. Não foi Giancarlo — afirmou a advogada durante a defesa.

Ao término da fala, a ministra pediu esclarecimentos:

— A senhora advogada acaba de afirmar que a Abin já investigava as urnas desde 2020. O que é investigava? — questionou.

Juliana Rodrigues Malafaia não soube especificar:

— Excelência, confesso que não sei, mas está nos autos.

Cármen Lúcia assentiu e encerrou a discussão:

— Tudo bem, obrigada.

Giancarlo Rodrigues atuou na Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem, atual deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, que já é réu em outro processo. Ambos são acusados de fomentar desinformação contra adversários políticos.

O STF julga nesta terça-feira a denúncia contra o núcleo responsável pela disseminação de notícias falsas, que, segundo a PGR, é composto por sete pessoas.

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