Carlos e Flávio saem em defesa de Eduardo Bolsonaro após PGR pedir investigação por atuação nos EUA
Irmãos do deputado federal licenciado alegaram 'perseguição'; até a data desta publicação, ele ainda não havia se manifestado
Os irmãos do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) saíram em sua defesa após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de uma investigação contra o parlamentar.
A solicitação tem como base a conduta de Eduardo nos Estados Unidos, onde ele estaria atuando em articulações políticas que, segundo a PGR, visam descredibilizar autoridades brasileiras, especialmente membros do Supremo.
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O pedido da PGR surge em meio a crescentes tensões entre setores do bolsonarismo e o Judiciário. Na última semana, o o Secretário de Estado de Donald Trump, Marco Rubio declarou publicamente que "há uma grande possibilidade" de os Estados Unidos aplicarem sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A declaração foi interpretada como resultado de uma série de encontros e articulações lideradas por Eduardo Bolsonaro com figuras da direita americana, reforçando sua atuação como uma espécie de elo informal entre o bolsonarismo e o conservadorismo internacional.
Segundo articuladores, o objetivo dessas articulações seria desgastar a imagem do Supremo Tribunal Federal no exterior, com foco em Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que investigam os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A PGR, ao justificar o pedido de investigação, destacou recentes declarações públicas de Eduardo Bolsonaro consideradas ofensivas em relação a instituições democráticas brasileiras, especialmente o STF.
Até o momento da publicação desta reportagem, o deputado não havia se manifestado oficialmente sobre o caso. No entanto, seus irmãos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), utilizaram as redes sociais para criticarem duramente o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e defenderem o irmão.
Em uma postagem no X (antigo Twitter), Flávio acusou Gonet de utilizar o cargo para perseguir um parlamentar que, segundo ele, estaria apenas buscando apoio internacional. “O procurador-geral da República usa seu poder para perseguir um parlamentar que está buscando ajuda internacional. (...) Eu já vi pessoas carregarem um caixão até a cova, mas nunca tinha visto ninguém se enterrar junto”, escreveu o senador.
Carlos Bolsonaro também se manifestou, afirmando que o irmão se tornou alvo de perseguição política a partir do momento em que suas denúncias aram a repercutir no exterior.
“A tentativa de criminalizar a atuação política do deputado federal licenciado mais bem votado da história, que exerce seu direito de expressão e articulação internacional, revela o preocupante avanço do autoritarismo no país. Hoje o alvo é ele. Amanhã, poderá ser qualquer cidadão que ouse questionar o que não desejam”, declarou o vereador.