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TRAMA GOLPISTA

Cid ficou 'abalado' por implicar colegas em delação, diz militar em depoimento ao STF

Capitão do Exército, amigo do tenente-coronel, falou como testemunha

O tenente-coronel Mauro Cid ficou "abalado" pelo fato de ter implicado colegas militares em seu acordo de delação premiada, de acordo com o capitão do Exército Raphael Maciel Monteiro, amigo há décadas de Cid. Monteiro foi ouvido como testemunha de defesa do tenente-coronel na ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal ( STF) para analisar a suposta tentativa de golpe de Estado.

De acordo com ele, a delação de Cid acabou criando um afastamento "até mesmo institucional" dele dentro do Exército.

— O abalo dele começou a partir do momento que a conduta da defesa dele mesmo acabou implicando demais militares e isso provocou um certo afastamento, eu arrisco a dizer até mesmo institucional. A partir daí o coronel Cid teve como um consectário lógico um entristecimento e um abalo ali em seu estado de espírito.

O capitão foi questionado sobre áudios, revelados pela revista Veja, em que Cid criticou a Polícia Federal (PF) e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo ele, essas falas foram "muito irrefletidas" e resultado de uma defesa "irracional" da sua honra.

— O coronel Cid falou aquelas coisas. Ele tinha essa necessidade de, por um lado, manter-se fiel ao dever ético militar, que é amar a verdade, e por outro não ser justamente o elemento que acaba entregando pessoas eventualmente subordinados. Não por querer, mas por se manter firme na linha de amar a verdade. Ele eventualmente, para o círculo mais íntimo ele tinha necessidade, de falar coisas, penso eu muito irrefletidas, e fruto, assim de uma, de uma defesa, digamos, irracional de sua honra.

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