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SOLICITAÇÃO

Governo pede ao STF medidas urgentes para combater fake news nas redes sociais

Na petição, órgão cita propagandas fraudulentas que usam operação da PF para prometer indenizações falsas do INSS e desafios na internet que levaram à morte de crianças

A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STJ) que aplique de forma imediata medidas judiciais fazer cessar episódios de desinformação, casos de violência digital e danos provocados pela omissão de redes sociais.

A AGU argumenta ainda que o pedido não se caracteriza como censura prévia, mas uma "imposição de deveres de diligência, cautela e responsabilidade"

 

 

O pedido cita casos recentes para justificar a concessão da liminar. Segundo a AGU, mais de 300 anúncios com promessas fraudulentas de indenizações do INSS foram encontrados na biblioteca da Meta, dona do Facebook e Instagram.

As propagandas, que usavam logotipos oficiais do governo federal e imagens de figuras públicas, se aproveitavam da Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF contra suspeitos de fraudarem o INSS, para enganar os aposentados.

A AGU cita ainda o uso indevido do logotipo da Anvisa na venda online de medicamentos não autorizados e os casos de mortes de crianças em desafios que circulam em redes como TikTok e Kwai. O órgão cita ainda uma reportagem do jornal americano The Wall Street Journal, segundo a qual 70% dos anunciantes recém-ativos na Meta promovem golpes, produtos ilegais ou de baixa qualidade

"Documentos internos da empresa indicam que fraudadores podem acumular entre oito e 32 infrações antes de terem suas contas banidas, evidenciando a inércia da plataforma com práticas nocivas. Há também indícios de que a plataforma relutaria em verificar anúncios fraudulentos, em um modelo de negócios cuja receita publicitária ultraou, em 2024, US$ 160 bilhões", disse a AGU, em nota.

O pedido foi feito pelo órgão no âmbito de um julgamento no qual o STF analisa a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Segundo a lei, a responsabilização das plataformas pelo conteúdo ilícito produzido por usuários só acontece quando elas se omitem diante de ordem judicial. Para a AGU, as redes sociais que impulsionam, moderam ou recomendam conteúdo ilícito devem ser responsabilizadas independentemente de notificação judicial.

“As recentes situações concretas acima relatadas expõem a continuada conduta omissiva dos provedores de aplicação de internet em remover e fiscalizar de forma efetiva os mencionados conteúdos, em desrespeito aos deveres de prevenção, precaução e segurança”, argumenta a AGU.

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