Marina abandona sessão no Senado após bate-boca sobre rodovia na Amazônia
Líder do PSDB, senador Plínio Valério havia afirmado: "A mulher merece respeito, a ministra, não."
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, abandonou a Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira após bate-boca com senadores e embates sobre a pavimentação da BR-319, estrada que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM).
Marina Silva deixou a sessão depois que o líder do PSDB, senador Plínio Valério (AM) afirmou querer separar a mulher da ministra porque a primeira merecia respeito e a segunda, não. A ministra disse que só continuaria na comissão se houvesse um pedido de desculpas. Plínio se recusou. Em março, disse ter vontade de enforcar a ministra.
— A mulher merece respeito, a ministra, não — disse Valério, nesta terça.
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— O senhor que disse que queria me enforcar — respondeu Marina. — Eu fui convidada como ministra. Se como ministra ele não me respeita, eu vou me retirar. O senhor me pede desculpa e eu permaneço. Se não pede desculpa, eu vou me retirar.
— Quando eu separei (ministra e mulher), é porque não tenho nada contra mulher — rebateu o senador.
— Eu me retiro porque eu não fui convidada por ser mulher — disse Marina, se retirando da sessão.
Anteriormente, na mesma sessão, a ministra e o senador Marcos Rogério (PL-RO), presidente da comissão, também haviam discutido.
Marina Silva afirmou ter se sentido ofendida por falas do senador Omar Aziz (PSD-AM), da base do governo Lula, e questionou a condução dos trabalhos feita por Marcos Rogério. Ele ironizou:
— Essa é a educação da ministra, ela aponta o dedo…
A ministra disse que Marcos Rogério gostaria que ela "fosse uma mulher submissa".
— Eu tenho educação. O senhor gostaria que eu fosse uma mulher submissa. Eu não sou.
— Me respeite, ministra. Se ponha no teu lugar — respondeu Rogério.