Mesa da Câmara pede suspensão do mandato de Gilvan da Federal por ofensas contra Gleisi
Representação precisa ser analisada pelo Conselho de Ética da Casa em até cinco dias úteis
A Mesa Diretora da Câmara enviou ao Conselho de Ética da Casa uma representação em que pede o afastamento do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por seis meses. Isso acontece dois dias depois de o deputado fazer ofensas à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Leia também
• Kassab: Se Eduardo Leite Se filiar ao PSD, teremos 2 pré-candidatos de qualidade; ele e Ratinho
• Bolsonaro está sem dor ou febre e com pressão controlada após deixar a UTI, diz boletim
Segundo o documento, publicado ontem à noite e encabeçado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Gilvan praticou “condutas incompatíveis com o decoro parlamentar” ao fazer “manifestações gravemente ofensivas e difamatórias contra Deputada licenciada para ocupar cargo de Ministra de Estado, em evidente abuso das prerrogativas parlamentares, o que configura comportamento incompatível com a dignidade do mandato”.
Os ataques feitos pelo deputado aconteceram na terça-feira, durante reunião da Comissão de Segurança Pública em que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, participou. Na ocasião, ele também fez uma referência ao líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), que também estava presente na comissão e discutiu com o deputado bolsonarista.
– Na época em que esse ex-presidiário (o presidente Lula) foi preso, eu estava na Polícia Federal, e chovia ataques à PF pelo pessoal do PT. Por exemplo, da (então) senadora Gleisi Hoffmann. Hoje, elogiam a PF porque temos um diretor-geral petista. Na Odebrecht, existia uma planilha de pagamento de propina a políticos. Eu citei aqui o nome Lindinho e Amante, que devia ser uma prostituta do caramba. Teve até deputado que se revoltou. Ou seja, a carapuça serviu – declarou o parlamentar na sessão.
Uma lista apreendida na Lava-Jato e que reunia apelidos de políticos para controlar supostos rees indicava que o termo Amante se referia a Gleisi. A hoje ministra foi absolvida em um processo da operação e teve denúncias rejeitadas ou arquivadas em outros casos.
O mesmo deputado disse no início de abril que desejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após a repercussão negativa, o parlamentar disse que exagerou ao fazer essa declaração.
Essa é a primeira representação feita ao Conselho de Ética sob as novas regras aprovadas pela Câmara no final do ano ado. Projeto de resolução chancelado pelos deputados dá mais poderes para a cúpula da Casa para fazer representações.
As regras atuais aceleram um desfecho sobre os casos contra os parlamentares. Os pedidos da Mesa terão que ser analisados em um prazo de cinco dias úteis para serem analisados pelo Conselho de Ética. Se não houver decisão nesse prazo, a representação será analisada diretamente no plenário na próxima sessão marcada.
A bancada feminina do PT divulgou uma nota em que repudia as falas do parlamentar.
“Enquanto se dirige a seus colegas homens com deferência protocolar, ataca a companheira Gleisi com uma fala vil, sexista e criminosa, utilizando termos chulos e inaceitáveis. Tal ato configura não apenas crime contra a honra (Art. 140 do Código Penal), agravado por ser contra figura pública em razão de suas funções (Art. 141, II, ), mas também representa uma agressão simbólica a todas as mulheres que lutam por participação política e enfrentam diariamente o machismo e a misoginia”.
O primeiro vice-presidente da Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ), o segundo vice, Elmar Nascimento (União-BA), o primeiro-secretário, Carlos Veras (PT-PE), o segundo secretário Lula da Fonte (PP-PE), a terceira secretária Delegada Katarina (PSD-SE) e quarto secretário Sergio Souza (MDB-PR) também am a representação contra Gilvan