STF inicia julgamento de núcleo acusado de ataques a autoridades e ao sistema eleitoral
Primeira Turma analisa denúncia da PGR contra sete pessoas acusadas de atacarem adversários e atuarem para desacreditar urnas
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal ( STF) iniciou na manhã desta terça-feira o julgamento do terceiro núcleo de acusados por tentativa de golpe. Neste grupo, estão sete pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de atuar com táticas de desinformação, desacreditando o sistema eleitoral e atacando autoridades que não aderiram à "trama golpista".
Caso a Corte aceite abrir ação penal contra todos os integrantes, o número de réus do caso vai ar para 21.
Diferentemente das sessões anteriores, quando as denúncias contra os núcleos considerados principais foram analisadas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não participa do julgamento nesta terça-feira.
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Quem representa a Procuradoria-Geral da República é a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, que geralmente é quem atua na Primeira Turma do Supremo.
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O STF já aceitou a denúncia contra oito pessoas apontadas pela Procuradoria-Geral da República como parte do "núcleo crucial" da suposta organização criminosa, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e contra seis pessoas que fariam parte do grupo que "gerenciava" as ações, como o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.
Nesta terça ocorre o julgamento da denúncia em relação ao núcleo que seria responsável pela desinformação, formado por sete pessoas, segundo a PGR. Entre eles, o ex-major do Exército Ailton Barros, o sargento Giancarlo Rodrigues e policial federal Marcelo Bormevet.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os membros desse grupo "propagaram notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo".
Ailton Barros teria participado de ataques contra os então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, por eles não terem aderido ao plano golpista. Sua defesa afirma que ele apenas trocou mensagens de "desabafos".
Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet trabalharam na Agência Brasileira de Inteligência ( Abin) durante a gestão do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que já é réu. Eles são acusados de promover desinformação contra opositores do grupo.
A defesa de Rodrigues afirmou que a relação dele com Bormevet foi apenas profissional, enquanto os advogados do policial federal negaram a relação entre as atividades dele e o suposto plano de golpe.
O coronel Reginaldo Vieira de Abreu, o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida e o major da reserva Angelo Denicoli teriam ajudado a divulgar informações falsas sobre as urnas eletrônicas, de acordo com a acusação. A mesma suspeita ocorre contra Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, organização contratada pelo PL e que ajudou a embasar uma ação do partido pedindo anulação de parte dos votos. Os quatro negam as acusações.