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BRASIL

Tarcísio depõe como testemunha de defesa de Bolsonaro em ação sobre trama golpista

Ex-presidente espera que seu aliado enfatize que ele não falou sobre ruptura institucional

No penúltimo dia dos depoimentos de testemunhas no julgamento da trama golpista, o Supremo Tribunal Federal (STF) ouve nesta sexta-feira o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Cotado para disputar o Palácio do Planalto em 2026, ele falará como testemunha de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O depoimento dele será um dos onze realizados ao longo do dia. Antes de ser governador, Tarcísio foi ministro do governo Bolsonaro e deverá ser questionado sobre movimentos em prol de uma tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022.

A audiência será conduzida pelo relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, e ocorrerá por videoconferência.

 

O político é considerado um aliado de Bolsonaro e foi eleito em 2022 com o apoio do ex-presidente. Ao depor na condição de testemunha, prestará o compromisso de dizer a verdade.

Tarcísio e Bolsonaro tiveram dois encontros após as eleições presidenciais de 2022, um em novembro e outro em dezembro. É justamente nesse período em que o ex-presidente é acusado de planejar e liderar uma tentativa de golpe para impedir a posse de Lula.

Como mostrou a colunista Bela Megale, Bolsonaro espera que seu pupilo político enfatize que ele não falou sobre ruptura institucional ou tentativa de golpe de Estado, em conversas que ambos tiveram após a derrota para Lula. Em novembro ado, quando a PF indiciou Bolsonaro, Tarcísio se manifestou em sua defesa na rede social X.

"Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa", escreveu na ocasião.

Após o julgamento que tornou Bolsonaro réu pela trama golpista, em março, Tarcísio também saiu em sua defesa por meio de uma rede social e disse que Bolsonaro é a "principal liderança política do Brasil".

"Sabemos que esse não é o primeiro e não será o último desafio a ser enfrentado, mas sabemos também que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada. Estou certo de que Bolsonaro conduzirá esse processo com a coragem que sempre motivou todos ao seu redor. Siga contando comigo e com os milhões de brasileiros que estão ao seu lado", escreveu o governador paulista.

Além dele, devem ser ouvidos nesta sexta-feira o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o senador Espiridião Amin (PP-SC) e Giuseppe Janino, ex-diretor de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE), que era responsável pelas urnas eletrônicas.

Até agora, de acordo com um balanço feito pelo STF, já foram ouvidas 43 testemunhas indicadas pelos réus do núcleo 1 da trama golpista. Dezesseis pessoas que foram arroladas desistiram, e 21 pessoas ainda prestarão depoimentos.

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