Trama golpista: comandante da Marinha pede a Moraes para não falar como testemunha
Marcos Sampaio Olsen foi indicado pela defesa do seu antecessor no cargo, Almir Garnier
O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, solicitou ao Supremo Tribunal Federal ( STF) para não ter que prestar depoimento como testemunha na ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Olsen foi indicado como testemunha de defesa pelo ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e sua fala está prevista para sexta-feira.
Na noite de quarta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU), que representa Olsen, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, o indeferimento de seu depoimento. O ex-comandante disse que "desconhece os fatos objeto de apreciação na presente ação penal". As audiências de testemunhas foram marcadas por Moraes há duas semanas, no dia 7 de maio.
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Olsen foi indicado pelo seu antecessor no cargo, Almir Garnier, que é um dos oito réus na ação penal, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Garnier é suspeito de ter concordado com um plano apresentado por Bolsonaro que poderia reverter o resultado das eleições.
Na quarta-feira, a acusação contra o ex-comandante foi confirmada por Carlos de Almeida Baptista Júnior, que chefia a Aeronáutica na época dos fatos investigados. Baptista Junior afirmou que Garnier tinha uma postura diferente da dele e do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes e que chegou a colocar suas tropas à disposição de Bolsonaro.