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SAÚDE MENTAL

Quando o fanatismo por um clube de futebol traz danos à saúde mental

Psiquiatra Rivaldo Farias trouxe esclarecimentos no Canal Saúde desta quinta (20)

Torcer para um time do coração, se conectando com algum esporte, ajuda a manter o cérebro saudável, pois traz a sensação de pertencimento, além da socialização com outros torcedores. Mas quando o fanatismo por um clube de futebol ultraa os limites sadios, as frustrações geradas por resultados negativos podem trazer malefícios à saúde mental.

As torcidas de futebol representam uma grande aglomeração de pessoas com um objetivo em comum. Em contextos como este, o indivíduo tende a sofrer aquilo que se chama de “perda da autoconsciência em grupo”. Ou seja, ele sofre um processo de “desindividualização”, perdendo a autonomia mental e emocional. 

O enfrentamento das torcidas pernambucanas do Sport e do Santa Cruz, no dia último clássico das multidões, é um dos exemplos mais recentes de como o futebol pode afetar a saúde mental das pessoas. Na ocasião, que ocorreu no primeiro dia deste mês, foram registrados episódios de muita violência que resultaram em dezenas de feridos.

Para trazer mais informações acerca do tema, o âncora da Rádio Folha 96,7 FM, Jota Batista, conversou com o psiquiatra Rivaldo Farias no Canal Saúde desta quinta-feira (20). O médico orientou sobre o assunto e esclareceu quais os limites do fanatismo por um clube de futebol.

Acompanhe a entrevista completa nos players abaixo.


 

O psiquiatra Rivaldo Farias apontou que comportamentos negativos por causa do futebol precisam ser individualizados.

“Eventualmente, os líderes têm uma maior consciência da negatividade de alguns atos, enquanto aqueles que são comandados muitas vezes fazem por sentimento de pertencimento, por querer ser incluído em um grupo, por viver um momento de frustração e encontrar somente naquele grupo algo positivo em sua vida. Eventualmente aqueles líderes acabam se aproveitando da fragilidade dos mais jovens.”

Psiquiatra Rivaldo Farias

O médico também comentou que os tratamentos são necessários para que essas pessoas adoecidas pelo futebol possam voltar a torcer de maneira saudável.

“A porta de entrada para um tratamento a sempre pelo psicólogo, para a pessoa poder identificar os diversos fatores, poder elaborar estratégias para se livrar desse fanatismo; mas quando isso atinge limites em que a frustração é muito grande, em que a violência acaba sendo grande, ou gastos excessivos com a postura acaba sendo muito grande, a busca por um psiquiatra pode fazer com que a resposta seja mais rápida.”
 

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